segunda-feira, 30 de junho de 2014

ALMA NOITE DE SÃO JOÃO



 Abro as janelas de mim mesma

 Olho bem longe, longe da casa e tão perto, será de mim
 Esta lembrança, sou 
 Eu quem encontro nesta noite tão minha, alma
 Da cor da noite, azul profundo
 Luzes girando ao redor de uma varinha de onde saltam pequeninas estrelas
 Parecem sair das minhas mãos, que não vejo, 
 Vejo o céu da noite de São João
 Quando as estrelas desenham caminhos, tantos caminhos 
 Iluminando a escuridão, e no desconhecido vão insinuando direções 
 Refletidas nas bandeirinhas, elas as estrelas coloridas estão penduradas
 Em fios que sei; tecem a longa trama dos meus pensamentos
 E de um canto a outro, marcam um encontro, um sentimento que dança, na roda
 Onde levemente, se tocam as mãos
 No ritmo sanfonado soam em torno da luz, marcadas lembranças 
 Lembranças que me tocam e, depois, soltam-se de mim 
 Entram na dança e se transformam em mudanças
 Enquanto o fogo, também dança
 Contemplo o fogo em silêncio, hoje há luz
 Canto uma oração, com todo amor salta do meu coração
 Vejo que ela sobe e se espalha na fumaça branca sobe até o céu escuro azul
 E fica um gosto meu, e brinca de ser quentão, imitando o fogo
 Capto aromas de madeira e doces de milho aipim canela e amendoim,
 E outros gostos, são aqueles apimentados de mim
 Vou descobrindo mais e mais nesse encontro de alma
 Uma ousadia criança, que acende lanternas e, enfeita o próximo balão a subir
 Sem medo ou censura, o balão levará desejos, pra bem longe, até, enfim
 Atrevida miro-me, ensaio um alvo, e me atiro 
 Rio do que ouço 
 Um som de latas derrubadas
 Estou brincando esta noite, brinco comigo
 Não sinto o frio, sigo
 Pescando sonhos, por mim
 Alma noite de São João

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